Apesar de abocanhar mais de 129 mil votos, a candidata à Deputada Federal Luciana Genro (PSOL) viu a cadeira que ela ocuparia na câmara ser dada a candidatos com cerca de 28 mil votos, apenas. Como se não bastasse, está inelegível pelos próximos quatro anos, podendo chegar até a oito.
O primeiro problema que Luciana enfrentou já é mais conhecido dos brasileiros. Trata-se dos famosos votos da legenda, no qual é feito um cálculo a partir de todos os votos válidos e os votos que cada partido recebeu. Conforme o cálculo, cada partido deve obter um número mínimo de votos para cada cadeira na assembleia que pretende ocupar. E foi isso que ocorreu, apesar da candidata ter sido a oitava mais votada no estado, somando todos os votos obtidos pelo seu partido, o PSOL, não havia votos suficientes para ocupar, no mínimo, uma cadeira de deputado.
O segundo problema é um tanto quanto inusitado, visto que, em geral, quando parentes tão próximos se candidatam, eles possuem afinidades partidárias e tornam-se apoiadores mútuos. Não é o caso de Luciana Genro, filha do governador eleito Tarso Genro. Ela sempre se mostrou divergente sobre as posições políticas do pai e acabou rumando para lados opostos.
O problema é que na legislação brasileira, baseada na constituição de 1988, se um parente de até segundo grau for eleito, a candidata só pode concorrer a reeleições ou a cargos superiores, que no caso de Luciana, torna-se somente o de presidente da República. Claro, vale lembrar que essa lei foi criada com um propósito nobre. Ela evita as oligarquias familiares que poderiam continuar sendo formadas no país.
Ah e vale uma ressalva de que, se o governador Tarso Genro for reeleito, Luciana ficará inelegível por oito anos. Pensando nisso, ela, em entrevista à Zero Hora se mostrou bastante chateada com a legislação. Disse, inclusive, que irá recorrer à justiça pela particularidade da sua situação.
Particularmente, acho uma pena tudo isso que está acontecendo com a Luciana. Além de não ter conseguido ser eleita pelos votos da legenda, se tornou inelegível, o que pode afetar muito sua imagem. Não votei nela em nenhuma das eleições porque eu procuro votar em candidatos locais, mas acho que ela sempre foi uma das deputadas mais brilhantes. Não por criar leis maravilhosas, mas por ser uma "vigilante" da corrupção. Luciana sempre lutou muito pela ética e moral dentro da câmara e, apesar da corrupção continuar presente, certamente ela fez muito para evitar isso.
Talvez, o grande problema do PSOL nessa eleição foi não fazer nenhuma espécie de coligação. No começo das eleições, foi tentada uma parceria com o PV, mas por se mostrar aliado do PSDB e do DEM do Rio de Janeiro, essa parceria foi cancelada. Tudo isso gerou a catastrófica candidatura de Plínio Arruda. Apesar de irreverente e crítico nos debates, Plínio foi um "tapa-buracos" que acabou não tapando nada. Enquanto Heloísa Helena conseguiu 7% dos votos na eleição passada, ele não passou de míseros 1%. Isso, apesar de não parecer grande diferença, afeta o partido e a popularidade da imagem que se projeta em cada estado.
Mas, apesar disso, vamos torcer para que a Luciana Genro não faça falta na câmara federal e que os políticos sejam um pouco mais honestos e éticos. Quem sabe não é o Tiririca que vai fazer isso, né?
Muito bem colocado este comentário!
ResponderExcluirO comentario, de hoje, é quase um plagio das matérias publicadas nos veiuculos do Grupo Rbs (zerohora.com, Zero Hora, RBS TV... entre outros). Alem de, no final, "SUPERDIMENSIONAR" o "Caso Tiririca" - que já esteve em Vogue no comentário de ontem.
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